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peixe decorativo Carassius auratus

Carassius auratus (Linnaeus, 1758), a espécie mais antiga em Aquariofilia

 

Nomes comuns

goldfish, pimpão, cometa, kinguiu, peixinho dourado

Família / Ordem

Cyprinidae / Cypriniformes

Origem

Ásia - China, Japão

Tamanho máximo

48cm (dependendo da variedade)

Esperança média de vida

10-25 anos (dependendo da variedade)

Tamanho mínimo de aquário

100L (+50L por cada peixe extra) e 80cm de comprimento

Grande amplitude térmica

0 a 30ºC, estando mais confortáveis entre 10 a 28ºC

pH e Dureza

Entre 6.0 e 8.0 ; Entre 5 e 19°dH

 

Origem:

Foi a primeira espécie aquática a ser mantida em cativeiro, primeiramente na China e depois trazida para a Europa nos finais do século XVII. A primeira variedade era cinzenta-escura, algo diferente do que costumamos ver nas lojas de aquariofilia. Era encontrado em rios e lagoas de águas estagnadas ou com fluxo lento, geralmente com densa vegetação e muitas vezes eutrofizadas (com elevada concentração de matéria orgânica). Talvez por isso se sabe que são uma espécie bastante resistente.

É da família das carpas, mas ao contrário destas, não possui os barbilhos sensoriais que as carpas têm. É também bastante resistente à escassez de oxigénio dissolvido e à degradação da qualidade da água.

Ao longo dos tempos, o Homem foi realizando diversos cruzamentos com esta espécie, originando as mais variadas cores e formas que hoje conhecemos. Podem apesentar diversas formas de cauda e cores desde o branco, laranja, amarelo, vermelho, castanho ou até mesmo preto.

 

Dieta:

São omnívoros, pelo que não devem ser mantidos com espécies pequenas, sob o risco de os poderem comer se tiverem fome. Também poderão comer plantas, especialmente as plantas de folha mais tenra. No ambiente natural comem desde macroinvertebrados até algas macrófitas. Desta forma, em aquário, devemos dar-lhes uma alimentação variada, incluindo vegetais e ração seca ou congelada (larva de mosquito e artémia). Os alimentos frescos que pode dar a esta espécie podem ser ervilhas, feijões verdes, espinafre, couve ou nabo.

Atenção! Não deve dar apenas alimentos que flutuam. A ingestão de ar resultante deste tipo de alimentação à superfície pode causar graves problemas digestivos.

 

Qualidade da água:

Aguentam uma grande amplitude térmica entre os 0 e os 30°C, apesar de serem considerados peixes de água fria. Ficam bastante confortáveis em lagos com temperaturas entre os 10 e os 21°C. Apesar de não ser obrigatório, no interior, a utilização de um termostato ajuda estabilizar a temperatura, para que não ocorram muitas flutuações. Estas flutuações quando bruscas são muito agressivas ao metabolismo de todos os animais, mesmo desta espécie mais resistente.

 

Manutenção em aquário:

Precisam de bastante espaço para nadar, pelo que não devem ser mantidos em aquários demasiadamente decorados e deve ser estabelecido um volume mínimo de 100L para o aquário. São bastante curiosos e podem mordiscar tudo o que mexe para se certificarem se é ou não comestível. Mesmo em relação ao areão, não deverá ser muito pequeno, pois podem engasgar-se e sufocar ao tentar engolir.

Assim, podemos afirmar que não são adequados para manter em aquários comunitários. Mas podemos juntar no mesmo aquário as diversas variedades que existem, sendo pacíficos entre todos. São animais calmos e muito sociáveis, apreciando estar em cardume, sem nenhuma hierarquia específica.

Em relação à filtração, deverá ser bastante eficiente, pois estes peixes produzem bastante matéria orgânica. Contudo o fluxo não deverá ser muito forte. A manutenção do aquário deve ser realizada semanalmente ou, no máximo, quinzenalmente.

 

Reprodução:

A reprodução ocorre entre Maio e Junho em zonas de baixa profundidade com vegetação abundante à qual os ovos aderem. Tornam-se sexualmente ativos a partir dos 8-10 meses, contudo apenas devem ser reproduzidos após os 2 anos de idade e com comprimento superior aos 8 cm.

Caso tenha interesse na reprodução desta espécie, escolha um aquário com no mínimo 100L, sem cascalho e coloque um filtro de esponja. O rácio sexual costuma ser de 1 fêmea com 2 ou 3 machos. Estes começam a cortejar a fêmea, bicando na barriga delas para induzir a postura. Assim que a fêmea expulsar os óvulos, geralmente nas plantas mais junto à superfície, o macho liberta o esperma na água e fertiliza-os. Os ovos fertilizados ficam amarelados e eclodem dentro de 5 a 8 dias. Após nascerem, os alevins alimentam-se do seu saco vitelino durante os primeiros dias e após isso, devem ser alimentados com rações específicas para alevins ou gema de ovo cozida.

Quanto ao dimorfismo sexual, as fêmeas ficam com a região anal muito mais volumosa, enquanto os machos desenvolvem nódulos esbranquiçados nas barbatanas peitorais, nas brânquias e na cabeça. Estas características são mais facilmente distinguíveis na época da reprodução.

 

Conclusão:

Estas são todas características contrárias ao que a maioria das pessoas pensa. Por isso é que este peixe é muitas vezes negligenciado em aquário, vivendo poucos anos ou até mesmo poucos meses nestas condições.

Infelizmente, a libertação de espécies exóticas nos nossos rios e lagos continua a ser uma prática comum em Portugal. Contudo não deverá ser efetuada nestes circuitos naturais abertos, ou seja, não controlados. Esta prática resulta na redução das nossas espécies (autóctones), uma vez que esta espécie é bastante voraz acabando por alimentar-se dos recursos naturais das nossas espécies e reproduzem-se mais rapidamente, colonizando facilmente os nossos recursos hídricos.